Bom galerinha do mal
Esse post provavelmente não vai ser postando no dia realmente que escrevi. Ele foi escrito dia 23/12/2010
Enfim.
Hoje eu fui num almoço de um comandante do primeiro grupo de caça brasileiro. Para quem não sabe, eu sou neta de um major brigadeiro, que participou da primeira guerra mundial. Fui criada por ele praticamente. Ele já é falecido, faleceu dia 25/12/1008.
Pois é no dia de natal, em vez de comemoramos uma data relativamente boa para os cristãos, pois foi o nascimento de cristo. Mas aqui pra casa hoje me dia não é bem assim.
Foi muito triste para mim essa perda. Por que, ele morreu de pneumonia, e ele pegou uma tarde quando esperava minha avó em casa. E tava chovendo e ele lá fora. Eu tava dormindo e minha mãe trabalhando. E se eu tivesse acordada eu poderia ter impedido ele de estar na chuva. Quando eu cheguei ele já estava tremendo de frio. E no dia seguinte foi internado. =/
Eu falava sempre que não aquentava mais ele. Por que e tava velho e com Alzheimer, esquecia de tudo, fazia birra, implicava comigo, contava 3 vezes seguidas as mesmas historias. E ele sempre falava que quando ele morresse eu ia ter remorso. E pois bem, e tenho.
Eu entre os demais da família, é a que mais parece com ele no jeito. Odeio que mecham nas minhas coisas. Sou teimosa, quando falo uma coisa tem que ser assim. Só não puxei a sabedoria dele.
Eu quando pequena me dava muito bem com ele. Eu o amava muito. E ele morreu sem seu poder contar isso pra ele. Eu não sou do jeito que fala essas coisas para as pessoas, eu apenas sinto. E espero que elas saibam disso.
Ele contava historias para mim, da vida dele, da 2° guerra, de quando minha mãe e meus tios eram pequenos, dormíamos a tarde toda juntos, ficávamos vendo novela deitada no sofá com ele.
As vezes eu acordava sábado e domingo 4 horas da manha, e ia dormi na deles, da minha avó e do meu avô, e não deixava mais eles dormirem. Meu avô ficava me contando historias da mitologia grega até o sol nascer. Ai levantávamos para tomar café da manha.
E quando tinha horário político ou jornal e eu não gostava, ele lia pra mim Monteiro lobato.
Ele me dava tudo que eu queria. Independente se tinha como me dar ou não. Ele me amava muito. E no final da vida dele eu nem soube ter paciência.
Também me lembro que queríamos ter um cachorrinho novo, e minha avó não queria. E ficávamos fazendo planos para conseguir que ela deixasse termos mais um cachorro.
Ele para mim era a pessoa que mais amava. E hoje nem tenho mais ele aqui. Arrependo-me muito disso. É aquilo, quando temos não damos valor, e quando perdemos ai sim que vemos o valor.
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